Legendário #67.610

Eu Vou Subir a Montanha

Fiz este vídeo mostrando o que vou levar para a montanha no próximo dia 22/05/25 - TOP 977 Legendários.

Confesso que abri a Bíblia apenas para compor a filmagem e sem qualquer preocupação com a passagem… na verdade até abri em Salmos… e, resolvi mudar aleatoriamente sem preocupação onde abriria.

Postei o vídeo no Instagram e, não sei porque (claro que sei!) resolvi pesquisar o significado da passagem destacada …. Se liga:

1. primeiro tem o estudo e

2. depois a aplicação deste estudo no contexto dos Legendários…

Importante:

Este artigo não representa a opinião oficial dos dirigentes dos Legendários!!! É apenas a manifestação de um pastor que subiu a montanha, voltou servindo e voltará novamente e quantas vezes Deus permitir!

Retrata um pouco do que vivenciei até hoje… um pouco!!!

1. Estudo

EXEGESE DE JEREMIAS 9 E 10

Tema central: O lamento de Deus por um povo obstinado e o contraste entre a falsa religiosidade e a verdadeira glória.

1. CONTEXTO HISTÓRICO E LITERÁRIO

Jeremias escreve durante os últimos dias do Reino do Sul (Judá), pouco antes da destruição de Jerusalém pelos babilônios (586 a.C.). É um tempo de grande decadência moral, corrupção religiosa e alianças políticas imprudentes.

Jeremias é chamado a denunciar o pecado do povo, confrontar os líderes e anunciar o juízo iminente.

Capítulos 9 e 10 estão inseridos nessa sequência de oráculos proféticos. Eles carregam forte tom de lamento, advertência e revelação do coração de Deus, profundamente ferido pela idolatria e pela hipocrisia religiosa de Seu povo.

2. ESTRUTURA DE JEREMIAS 9

Jeremias 9.1-11 – O lamento pelo pecado e juízo

Jeremias expressa um lamento pessoal (v.1), mas logo se percebe que é um lamento compartilhado com Deus. O profeta deseja um refúgio no deserto, pois está enojado da falsidade e da infidelidade do povo. Deus descreve a sociedade como corrupta, onde ninguém fala a verdade, todos se enganam e traem uns aos outros.

“Enganem-se uns aos outros e não falam a verdade” (v.5).

A mentira é aqui apresentada como sistema, não apenas falha individual. É a “normalidade” social.

Deus anuncia que visitará o povo em juízo (v.9). Ele chora sobre a destruição vindoura, mencionando a ruína de Jerusalém e das cidades de Judá (v.10-11).

Jeremias 9.12-16 – As causas do juízo

A pergunta retórica (v.12) conduz à explicação: o povo abandonou a Lei de Deus. Seguiram seus próprios corações e os ídolos de Baal. O resultado será a dispersão entre as nações, o cálice da ira (v.15), e a maldição do exílio.

Jeremias 9.17-22 – Lamentação das mulheres choradeiras

As “pranteadoras profissionais” são chamadas (v.17-20) – isso mostra a gravidade do luto, e como a destruição seria extensa. A morte subiria pelas janelas (v.21), atingindo jovens, crianças e anciãos. A imagem é devastadora.

Jeremias 9.23-24 – O verdadeiro motivo de glória.

Este trecho é um ponto alto teológico do capítulo:

“Assim diz o Senhor: Não se glorie o sábio na sua sabedoria, nem o forte na sua força, nem o rico nas suas riquezas; mas o que se gloriar, glorie-se nisto: em me conhecer e saber que eu sou o Senhor…” (v.23-24)

Deus redefine o valor da vida. O que importa não é o que o homem tem, mas o relacionamento com o Senhor, que age com bondade, justiça e retidão.

Jeremias 9.25-26 – O juízo contra a circuncisão meramente exterior

Aqui Deus adverte que até mesmo Israel será punido como as nações incircuncisas, pois a verdadeira circuncisão é do coração. A crítica à religiosidade vazia prepara o terreno para o capítulo 10.

3. ESTRUTURA DE JEREMIAS 10

Jeremias 10.1-5 – Crítica à idolatria

O povo é exortado a não imitar os gentios, que criam ídolos de madeira enfeitados com ouro e prata. Estes ídolos são obras de mãos humanas, não falam, não andam, não fazem nada. São comparados a espantalhos.

“Como um espantalho em pepinal, os ídolos não podem falar” (v.5).

A ironia aqui é usada como ferramenta profética. O profeta desmascara o absurdo da idolatria.

Jeremias 10.6-16 – Hino de exaltação ao Deus verdadeiro

Jeremias intercala a denúncia com uma doxologia (louvor). Deus é único, sábio, criador de todas as coisas. Em contraste com os ídolos, Ele faz trovejar, envia relâmpagos, forma os ventos.

“Mas o Senhor é o Deus verdadeiro; Ele é o Deus vivo e o Rei eterno…” (v.10).

Há um chamado à reverência, pois diante d’Ele a terra treme. Os ídolos, em contrapartida, serão destruídos (v.11), pois são “vaidade” (heb. hebel, também traduzido como “fumaça” ou “vazio”).

Jeremias 10.17-22 – Anúncio da desolação e da ignorância dos líderes

Aqui volta-se ao juízo: Judá será tirada de sua terra (v.17). A imagem do cerco se intensifica (v.20). O pastoreio falhou: os pastores (líderes) não buscaram ao Senhor. A consequência: dispersão e desolação.

Jeremias 10.23-25 – Oração de súplica

Jeremias encerra com uma oração profunda:

“Eu sei, ó Senhor, que não é do homem o seu caminho…” (v.23)

É um reconhecimento da total dependência do homem em relação a Deus. O profeta clama por correção justa, não segundo a ira, e pede juízo sobre as nações que ignoram o Senhor.

4. APLICAÇÕES PRÁTICAS E ESPIRITUAIS

• Lamento e arrependimento são caminhos de restauração. Jeremias nos mostra que até mesmo Deus “chora” pela destruição dos Seus filhos, mas exige arrependimento verdadeiro (Jeremias 9.1-11).

• A verdadeira glória não está na aparência, mas na intimidade com Deus. Jeremias 9.23-24 deve ser um dos pilares da espiritualidade cristã: gloriar-se em conhecer ao Senhor.

• Religiosidade externa sem transformação interna é inútil. A crítica à circuncisão e à idolatria revela que Deus não se agrada de formas, mas de corações quebrantados (cf. Jeremias 9.25-26; 10.1-5).

• A idolatria moderna continua existindo. Pode não ser de madeira, mas está em torno de bens, status, ideologias ou pessoas. O critério permanece: qualquer coisa que ocupa o lugar de Deus em nossa confiança e temor, é um ídolo.

• Líderes que não buscam o Senhor causam ruína ao povo. Jeremias 10.21 denuncia o fracasso pastoral – uma advertência urgente à igreja contemporânea.

• Oração e entrega ao juízo de Deus. Jeremias ora com humildade (10.23), reconhecendo que o homem não tem sabedoria suficiente para se guiar. Ele pede correção com misericórdia.

5. CITAÇÕES COMPLEMENTARES

“A verdadeira religião não é uma construção humana, mas uma revelação divina. Conhecer a Deus é a essência da vida cristã.”

“Jeremias mostra que o coração humano pode ser mais endurecido do que se imagina. Só um novo coração, como o prometido na nova aliança (Jer. 31), pode reverter esse estado.

CONCLUSÃO

Jeremias 9 e 10 são um espelho do coração de Deus e um alerta à humanidade. Um povo religioso, mas vazio de temor, foi chamado ao arrependimento. A voz de Deus continua ecoando: “Glorie-se o homem em me conhecer…”. Em tempos de confusão, superficialidade e idolatria moderna, a Palavra clama por um povo que O conheça não apenas de ouvir falar, mas de andar com Ele em verdade e justiça.

2. Aplicação

“Subindo para Descer — Despidos da Glória Humana, Revestidos da Glória de Deus”

1. Deus procura homens que choram pela verdade (Jeremias 9.1-3)

Jeremias começa dizendo:

“Ah! se a minha cabeça se tornasse em águas, e os meus olhos, em fonte de lágrimas, para que eu chorasse dia e noite os mortos da filha do meu povo!”

Essa é a postura de quem sobe a montanha para guerrear com lágrimas, não com orgulho. Deus está procurando homens quebrantados, que sentem a dor do povo, que não estão ali apenas para “cumprir uma missão”, mas para carregar o fardo da cegueira espiritual de seus irmãos.

Aplicação: Subir a montanha é mais do que carregar mochila e equipamento — é carregar no peito o peso das almas que serão alcançadas. Subimos para representar Jesus, que também subiu o monte do Calvário chorando, mas venceu.

2. O Legendário não é quem carrega glória, mas quem conhece a verdadeira Glória (Jeremias 9.23-24)

“Assim diz o Senhor: Não se glorie o sábio na sua sabedoria, nem o forte na sua força, nem o rico nas suas riquezas. Mas o que se gloriar, glorie-se nisto: em me conhecer e saber que Eu sou o Senhor…”

O Projeto Legendários não é sobre performance, técnica, resistência ou conquista. É sobre servos que glorificam ao Rei, não a si mesmos. A montanha é só o palco. O espetáculo é a manifestação da glória de Deus através de homens comuns que sabem onde está sua força.

Aplicação: Vocês vão subir com mochilas, mas devem descer com corações mais leves — porque terão deixado no cume toda glória humana e descido com a glória do conhecimento de Deus no rosto.

3. Os ídolos não sustentam ninguém na subida — só o Deus vivo (Jeremias 10.5-10)

Jeremias zomba dos ídolos:

“Como espantalho num pepinal, os ídolos não podem falar, têm de ser carregados… porque não andam.”

Quantos ídolos ainda temos carregado: vaidade, reputação, controle, medos, aprovação dos homens? Jeremias diz: eles não falam, não andam, não salvam.

Aplicação: Na montanha, só sobe leve quem larga os ídolos na base. Deus quer que vocês cheguem no alto não com as mãos cheias de ferramentas, mas com os corações esvaziados e disponíveis. Porque o Deus vivo vai falar. E Ele não fala com ruído — Ele fala com glória.

4. O líder que não busca a Deus leva o povo à ruína (Jeremias 10.21)

“Porque os pastores se embruteceram e não buscaram ao Senhor; por isso, não prosperaram, e todos os seus rebanhos se acham dispersos.”

Jeremias aponta o caos como resultado da liderança que não ora, não escuta, não teme. Vocês não estão indo apenas como aventureiros — estão indo como pastores de alma em missão evangelística. Homens sob convocação.

Aplicação: Busquem o Senhor antes de cada passo, em cada decisão, em cada alma que for tocada. A subida pode ser estratégica, a ação pode ser planejada, mas o poder vem do alto. Se Deus não for com vocês, nada se sustentará. Mas se Ele for à frente, os rebanhos dispersos verão luz e se reunirão.

Conclusão — A Montanha é Só o Começo

Jeremias 9 e 10 é um manifesto de arrependimento, dependência e temor. Deus está limpando os corações antes de entregar os milagres. A montanha será um altar, não um palco. Jesus — o Legendário 01 — vai se revelar não nas técnicas, mas nos olhares, nos abraços, nas lágrimas, no silêncio entre uma oração e outra.

Subam com reverência. Desçam com testemunho.

Declaração para os homens que vão subir:

“Senhor, que eu não me glorie na minha sabedoria, força ou conquistas… mas que meu maior troféu seja Te conhecer, e tornar Teu nome conhecido por onde eu passar. Em mim, nada. Em Ti, tudo.”

Pr. Béze - LGND 67.610