top of page

O Salmo de Ezequias: Quando a Cura Não Vira Legado



1. Introdução


“Que darei ao Senhor por todos os seus benefícios para comigo?”

(Salmo 116:12 – ARA)


Poucas palavras expressam com tanta pureza a alma de alguém que foi salvo da morte. Segundo alguns comentaristas clássicos e tradições rabínicas, esse salmo é mais do que um poema anônimo: ele seria, muito possivelmente, o cântico do rei Ezequias, escrito após sua cura milagrosa, conforme registrada em Isaías 38:9–20.


O paralelismo é impressionante. Ambos os textos falam de uma enfermidade mortal, de oração sincera, de livramento pela graça de Deus, e de um voto espiritual: viver para louvar ao Senhor.


Neste devocional, vamos mergulhar na experiência de Ezequias — sua oração, sua cura, e seu salmo — para extrair lições preciosas sobre gratidão, legado e responsabilidade diante do tempo extra que Deus nos dá.


  1. Gratidão em Forma de Poesia: Um Salmo Nascido da Dor


“Tu livraste da morte a minha alma, das lágrimas os meus olhos, da queda os meus pés.”

(Salmo 116:8)


“Tu lançaste para trás das tuas costas todos os meus pecados.”

(Isaías 38:17)


Tanto o Salmo 116 quanto Isaías 38 revelam um coração quebrantado que viu a morte de perto. Ezequias havia recebido a sentença do próprio profeta Isaías: “Põe em ordem a tua casa, porque morrerás.” (2 Reis 20:1)


Mas ele orou. Chorou. Suplicou. E Deus o ouviu. Acrescentou-lhe 15 anos de vida.


Foi nesse contexto que, segundo muitos intérpretes conservadores, nasceu o Salmo 116 — uma confissão de gratidão, rendição e votos.


“Andarei na presença do Senhor, na terra dos viventes.”

(Salmo 116:9)


A oração não era apenas por alívio; era por recomeço. O clamor não era apenas por vida; era por sentido. Mas a história não termina aí.


  1. Tempo Novo, Mas Sem Transformação Duradoura


Receber mais tempo deveria ser um chamado à vigilância. Mas logo após o milagre, Ezequias comete um erro fatal: abre as portas do palácio para os embaixadores da Babilônia, exibindo seus tesouros (2 Reis 20:13).

Era hora de exaltar o Deus que o curou — mas ele preferiu exaltar sua glória.


Essa falha gera uma das profecias mais duras que um rei já ouviu:


“Dias virão em que tudo o que houver em tua casa será levado para a Babilônia.”

(2 Reis 20:17)


Ezequias cantou um salmo. Mas não consolidou um legado. Teve 15 anos extras, mas não arrumou a casa.

O próprio texto profético nos alerta: ele não preparou o coração da próxima geração.


  1. A Paz do Presente e a Negligência do Futuro


A resposta de Ezequias à profecia é alarmante:


“Boa é a palavra do Senhor […] porque haverá paz e segurança em meus dias.”

(2 Reis 20:19)


Ele aceita o juízo desde que não o atinja pessoalmente.


E é exatamente nesse tempo adicional que nasce seu filho, Manassés, que se tornaria o rei mais ímpio da história de Judá, introduzindo idolatria, derramamento de sangue e perversão espiritual no templo do Senhor (2 Reis 21:1-6).


O rei que compôs o mais belo salmo de gratidão não discipulou seu herdeiro.

O homem que andaria “na presença do Senhor” não preparou sucessores para andar também.


Parafraseando John Maxwell:


“Sucesso sem sucessores é apenas egoísmo com maquiagem espiritual.”


  1. Quando a Voz que Louva se Cala na Obediência


O salmo de Ezequias nos emociona — mas sua história nos confronta. Ele foi curado. Mas não mudou.

Foi grato, mas não vigilante.

Cantou, mas não cultivou.


A grande pergunta — “Que darei ao Senhor por todos os seus benefícios?” — não pode ter resposta apenas poética. Ela exige entrega, vigilância, discipulado e obediência.


Ezequias representa muitos de nós: tocados pela graça, mas seduzidos pela vaidade.

Salvos pela oração, mas perdidos pela omissão.

Fortes na dor, fracos no conforto.


6. Conclusão


Ezequias, rei de Judá, pode ter escrito o Salmo 116. Mas não viveu à altura de sua própria poesia.


Seu cântico é sincero. Sua oração é poderosa. Mas seu legado é trágico.


Hoje, Deus te chama para ir além do louvor. Para transformar cada milagre em missão.

Cada alívio em consagração.

Cada segundo a mais em vida que deixa marcas.


Você já perguntou: “Que darei ao Senhor?”

Então responda com obediência, discipulado e legado.


7. Oração Final


Senhor,

Tu me livraste tantas vezes. Das lágrimas, da morte, do pecado. Tenho razões de sobra para cantar como Ezequias: “Que darei ao Senhor?”

Mas que minha resposta não seja apenas um salmo bonito — que seja uma vida rendida.


Livra-me da vaidade, da distração, da omissão.

Dá-me um coração que vigia depois de ser curado.

Que ama depois de ser salvo.

Que deixa legado depois de receber tempo.


Ensina-me a arrumar minha casa enquanto há tempo.

E a preparar a próxima geração para Te amar.


Em nome de Jesus Cristo, amém e amém.


8. Agora é com Você e Deus


📖 Leitura / Reflexão

Isaías 38:9–20 e Salmo 116 – leia como se fossem capítulos de um mesmo cântico de fé, e veja onde sua vida se encaixa nessa melodia.


🛠️ Ação Prática

Escreva uma oração pessoal como Ezequias. Mas depois, tome uma atitude: discipule alguém, corrija um caminho, prepare um legado.


📜 Versículo para Meditação

“Que darei ao Senhor por todos os seus benefícios para comigo?”

(Salmo 116:12 – ARA)


💬 Mensagem

O salmo é bonito. Mas é o legado que testifica.


🙌 Apoie este Ministério


Se este devocional abençoou sua vida, ajude-nos a continuar compartilhando estudos profundos, gratuitos e espiritualmente transformadores.


📲 Chave PIX: sinaajbeze@gmail.com


🙏 Toda semente é resposta à Palavra que você recebeu.


Posts recentes

Ver tudo
O Cordeiro e os Cordeiros: Prova de Amor

João Batista vê Jesus e declara: “Eis o Cordeiro de Deus”. Essa frase é um divisor de águas. Ele não diz “um cordeiro”, mas “o Cordeiro” — a

 
 
 

Kommentare


MINISTÉRIO SINA

sinaajbeze@gmail.com

21-96724-7031

Ministério Sina - signo marca

AVENIDA CELIA RIBEIRO DA SILVA MENDES, 500 

RECREIO DOS BANDEIRANTES - RIO DE JANEIRO - RJ

Um programa de Béze e Damasceno Consultoria empresarial LTDA.

CNPJ 45.592.848/0001-95

bottom of page