A Loucura da Incredulidade
- Antonio Jorge Béze
- 24 de abr.
- 3 min de leitura
Não acreditar é tão louco quanto acreditar.
A vida exige fé. Até o mais racional dos homens confia em algo que não pode controlar: no ar que respira, no sistema que regula o trânsito, no próximo gole de água que não o envenenará. Todos cremos. O ateu acredita no acaso, o agnóstico acredita na dúvida, o desesperançado acredita que não há nada depois da morte. Por isso, não acreditar é tão louco quanto acreditar. A única diferença está no objeto da fé: em quem — ou no que — decidimos confiar.
A Bíblia nos apresenta um convite radical à fé, mas não uma fé cega — e sim uma fé fundamentada na revelação, na história e no testemunho. “Ora, a fé é a certeza de coisas que se esperam, a convicção de fatos que se não veem.” (Hebreus 11:1). Quando Jesus ressuscita, Ele não repreende Tomé por querer provas, mas o chama a crer com o coração, mesmo diante das evidências: “Bem-aventurados os que não viram e creram.” (João 20:29). A fé cristã não é um salto no escuro, mas um passo firme sobre a rocha da Palavra.
Blaise Pascal, filósofo e matemático, escreveu:
“Se você ganhar, ganha tudo; se perder, não perde nada. Aposte, então, sem hesitar, que Deus existe.”
Esse é o famoso “Wager de Pascal”, que não se apoia na emoção, mas na razão. Ele reconhece que a fé em Deus é a escolha mais prudente e sensata diante da eternidade. Pois, se o cristão estiver errado, terá vivido com propósito, moralidade e esperança. Mas se estiver certo… ah, se estiver certo… terá ganhado a vida eterna.
Agora pense: quantas vezes a dúvida não passa de uma máscara para o medo? Medo de mudar, de obedecer, de depender. A dúvida parece racional, mas muitas vezes é fuga. Cremos em Wi-Fi invisível, em dados na nuvem, em átomos que nunca vimos, mas duvidamos de um Deus que se revelou, se fez carne e entregou-se por nós. Isso, sim, é uma loucura.
Parafraseando John Stott:
“A fé não é um salto no escuro, mas um salto à luz, baseado na fidelidade de um Deus que já provou quem Ele é.”
Hoje, você é chamado a decidir. Não existe neutralidade: não crer é uma crença. Uma aposta. Uma fé — só que em algo (ou alguém) que não poderá salvar. Deus não te pede uma fé cega, mas uma fé rendida. E isso começa com um passo.
📖 Momento Devocional – Estudo e Prática
Leitura Bíblica: Hebreus 11 | João 20:24–29
Reflexão Escrita:
Em que ou quem tenho confiado ultimamente?
Minha dúvida é fruto de perguntas sinceras ou de resistência interior?
Ação Prática:
Hoje, escolha dar um passo concreto de fé: ore com sinceridade, leia a Palavra com sede, ou confesse sua dúvida a Deus. Não é loucura crer. É loucura viver sem propósito.
Oração Final
Senhor, tantas vezes me escondi atrás da dúvida, com medo de crer de verdade. Tantas vezes questionei o invisível, enquanto me rendia sem resistência ao que o mundo me oferecia. Hoje, eu reconheço: a fé é uma escolha, e eu escolho crer em Ti. Ajuda-me a vencer a incredulidade. Ensina-me a confiar mesmo sem ver, a caminhar mesmo sem entender, e a amar mesmo sem sentir. Que a minha vida seja uma expressão de confiança no Teu caráter, e que eu não me deixe seduzir pela pretensa neutralidade da incredulidade. Em nome de Jesus Cristo, amém e amém.
Versículos de Apoio
Hebreus 11:1 – “Ora, a fé é a certeza de coisas que se esperam, a convicção de fatos que se não veem.”
João 20:29 – “Disse-lhe Jesus: Porque me viste, creste? Bem-aventurados os que não viram e creram.”
Romanos 1:20 – “Porque os atributos invisíveis de Deus, assim o seu eterno poder, como também a sua própria divindade, claramente se reconhecem, desde o princípio do mundo…”
Tiago 1:6 – “Peça-a, porém, com fé, em nada duvidando…”
Marcos 9:24 – “Creio! Ajuda-me na minha incredulidade!”
Salmo 14:1 – “Diz o insensato no seu coração: Não há Deus.”
Isaías 55:6 – “Buscai o Senhor enquanto se pode achar, invocai-o enquanto está perto.”
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